26 de janeiro de 2010

A saga do vestido de madrinha

Nos últimos tempos, eu estava à procura do vestido perfeito para eu ser madrinha do casamento da Li, amiga muito querida, em abril. Inicialmente, pensei em contratar uma costureira. Procurei modelos interessantes na internet e cheguei até a fazer um orçamento - graças à indicação de outra amiga queridíssima, Erikita.

Mas confesso que fiquei um pouco medrosa. Não costumo encomendar roupas dessa forma e tenho receio de que, no fim, elas não fiquem "daquele" jeito que a gente queria. Fora a preguiça de ir atrás de tecido, fazer provas e o diabo-a-quatro. E, somado a tudo isso, a veia consumista falou alto e me fez ir provar vários vestidos de festa nas lojas de Brasília.

Exageros à parte, visitei mais de dez lojas. Os fatores que dificultaram:

1. A maioria dos modelos (tamanho G ou GG) ficava perfeito no corpo e, às vezes, até mesmo no comprimento (!!!)... mas, no peito, o zíper não fechava.

2. Tenho uma imensa má vontade com aquele acabamento de elástico (nas costas) em vestido de festa. Por mais que ele permita um ajuste melhor ao corpo, eu acho que ele fica tãoooo feio e deselegante nesse tipo de traje! Em curto ou longuete, eu até encaro. Mas em longo... não, né?

Até encontrei alguns modelos lindinhos. Mas nada "tchans", sabe? Foi quando - de novo ela - Erikita me deu um estalo: "você foi à 2 Tempos?". Pra quem não conhece, a 2 Tempos é uma marca brasiliense com 20 anos de história. Eles têm coleções lindas, desde roupas do dia-a-dia até trajes finos. Eu mesma comprei um dos meus primeiros vestidos de festa ali, há uns doze ou treze anos. Mas não sou cliente assídua - tanto que eu tinha esquecido dessa opção...

Então fui lá no Pátio. Apesar de ser época de promoções pós-Natal, os vestidos de festa (coleção Verão 2009/2010) não estavam com desconto. Ponto negativo. Mas as vendedoras eram uns amores, atenciosas sem chatice (isso é tão raro...). Ponto positivaço.

E, enfim, encontrei MEU vestido! Um lilás simples, mas diferentinho e muito, mas MUITO confortável!!! Sem apertar nada nem destacar coisa desnecessária. O único ajuste? Fazer barra (serviço que a própria loja oferece, de graça). Comprei e voltei no dia seguinte para marcá-la com o sapato que usarei. E pronto, tô feliz e contente!

Recomendo às gordinhas (pode ser impressão minha, mas a modelagem da loja me pareceu maior que das outras) e às magrinhas.

Foto: site 2 Tempos

Por quê?

Não sou uma ativista. Sou simplesmente alguém que gosta de moda, dicas, festas, compras, compras, compras... e de escrever.

Por que resolvi fazer esse blog?

Bem, como digo ali na descrição, sempre sofri do efeito sanfona. Aliás, desde cedo fui cheinha. Aí vieram várias fases da vida, e, para cada uma delas, eu tive um tamanho. Houve uma época que fiquei bem magra (dentro do meu padrão e ossatura, claro), tamanho 38/40. E, nos últimos anos, por uma série de motivos que não cabem aqui, engordei horrores. Virei GG.

Então, comecei a sofrer. Nem tanto comigo mesma, porque, pelo menos no meu caso em particular, meu tamanho atual é exclusivamente culpa minha. Preguiça, mesmo, de ir atrás de uma forma mais "ideal". Não. Meu sofrimento vem de fora. Do mercado.

Sou ávida consumidora. Compro, gosto de comprar, sou feliz assim. E, graças a esse meu vício, não guardo dinheiro e não tenho quase nada além de muitas roupas, mil acessórios, quinquilharias e objetos pessoais. Claro que me importo com isso... ainda mais porque já não sou mais menininha e tenho que pensar no futuro. Mas isso fica pra outro blog, ok?

Pois bem, voltando ao tema do SANFONA EFFECT (ô, facilidade pra me perder no assunto...): meu sofrimento com o mercado. Sim, porque o meu tamanho parece ser tabu na moda.

Para ser mais clara, vou me descrever: toda cheinha, acinturada (no momento a cinturinha tá mais pra cinturona), pouco bumbum, muita barriga, muito peito. E estatura média. Meu magro namorado (tão lindooooo...) diz, com toda a sinceridade no olhar, que não sou gorda. E realmente não me acho GOOORDA, como a maioria da mulherada costuma se autodefinir. Mas também tenho desconfiômetro (e espelho) pra saber que não sou - e provavelmente nunca serei - magra. Hahaha...

Meu drama atual é que, nas lojas "comuns", meu tamanho é "grande demais". Não raro, sou alvejada por olhares de "essa gorda não se enxerga???". E há também aquelas vendedoras que insistem: "imagiiiiiiina... você, usando G (ou GG)??? O seu tamanho é M!!!". Ok, ok, "menas", queridinha. Se bem que, graças à completa falta de padronização de tamanhos e medidas entre as confecções, às vezes isso acaba sendo verdade.

Nas lojas especializadas em tamanhos grandes, eu sou "pequena demais". Tudo fica muito largo. Aliás, acho o cúmulo essas lojas partirem do princípio que só pessoas de mais idade são mais cheinhas. É tudo tão sem forma, sem jeito, ultrapassado... fico chateada. E as estampas??? Arriégua, que tristeza... parece que os gordos não podem ter estilo!

Hã??? Mas e aí, eu fico pelada??? Acho que não, heim...! Pois é. Cá e lá, garimpando como adoro fazer, eu acabo encontrando muita coisa boa. Muita roupa linda. E moooooitos bons negócios.

E aí eu pensei: será que eu sou a única que sofre desse "mal"? Será que outras pessoas não passam pelo mesmo perrengue? Então resolvi criar o SANFONA EFFECT. Não apenas pelo aspecto da moda, mas por tudo que meu tamanho envolve. Uma troca de dicas, ideias, sugestões e causos.

Como eu falei ali em cima, eu não sou ativista. Não entro no mérito gordinhas versus magrinhas nem nada do gênero. Até porque todas são lindas à sua maneira. E, sendo bem sincera, se eu pudesse escolher meu corpo, certamente optaria por um P-violão-sarado, tipo Jennifer Lopez. Mas não posso e nem por isso desgosto de mim mesma. Cada um na sua, com o máximo de beleza que puder encontrar em si.


P.S.: tudo aqui é opinião pessoal. Minha, minha e minha. Apesar de todos terem semelhanças, o meu caso é só meu. Eu sou gordinha por motivos meus, da minha história, da minha vida. Mas há quem não o seja. Há quem tenha problemas de saúde por ser mais cheinha - ou não. Há quem sofra discriminação e depressão por isso. Graças a Deus, esses não são o meu caso. E o meu intuito, aqui, é falar sobre coisas triviais e leves (perdoe o trocadilho). Ser tola, mesmo, e talvez até fútil. De séria, já basta a vida...